“No princípio Deus criou os céus e a terra.
Era a terra sem forma e vazia; trevas cobriam a face do abismo, e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas.
Disse Deus: “Haja luz”, e houve luz. Deus viu que a luz era boa, e separou a luz das trevas. Deus chamou à luz dia, e às trevas chamou noite. Passaram-se a tarde e a manhã; esse foi o primeiro dia.” (Genesis1)
Conforme podemos observar até na Bíblia Cristã existe alusão a dualidade que habita o Universo.
Para os Taoístas isso se resume no Yin e Yang que descrevem as duas forças fundamentais opostas e complementares que se encontram em todas as coisas: o yin é o princípio feminino, noite, Lua, a passividade, absorção. O yang é o princípio masculino, Sol, dia, a luz e atividade.
Segundo essa ideia, cada ser, objeto ou pensamento, possui um complemento do qual depende para a sua existência. Esse complemento existe dentro de si. Assim, se deduz que nada existe no estado puro, nem na atividade absoluta, nem na passividade absoluta, mas sim em transformação contínua. Além disso, qualquer ideia pode ser vista como seu oposto quando visualizada a partir de outro ponto de vista. Neste sentido, a categorização seria apenas por conveniência. Estas duas forças, yin e yang, seriam a fase seguinte do “Tao”, princípio gerador de todas as coisas, de onde surgem e para onde se destinam.
De forma prática observamos esta estranha mutação em tudo que existe no Universo desde o amanhecer, que mistura luz e sombras, até no modo de agir das pessoas e animais, pois mesmo os mais selvagens são capazes de momentos de ternura com seus pares e filhotes. Isso acontece por conta desta dualidade inerente que nos mostra quando a luz ilumina a escuridão, que a força se dobra à fraqueza, o silêncio se enche com o som e assim há um complementar de diferentes forças mas que possuem uma raiz da outra em seu interior. Vemos desta forma a figura de dois semicírculos, formando um círculo inteiro e com pontos do outro em seu interior.
Muitas vezes a intolerância e o desconhecimento levam pessoas a ter um olhar muito “religioso” na questão deste símbolo e de seu significado, que só de observá-lo nos remete a uma imagem oriental, ligada ao misticismo ou ao esoterismo. Já ouvi pessoas afirmarem que este símbolo pertence a “Seitas Ocultas” e que estão ligadas a uma Nova Era e todo o tipo de conspiração para destruir o Divino. Na verdade essas pessoas deveriam conectar-se a beleza deste simbolismo e observar que mesmo dentro de uma pessoa má, existe uma semente boa que ira brotar e frutificar, que após uma noite escura o sol vai brilhar e iluminar todo o planeta, que a semente é enterrada e morre para germinar e torna-se uma árvore frondosa, que no silêncio de uma caverna conseguimos ouvir nosso eu superior e que mesmo com toda guerra que existe no mundo podemos ver a Paz e a Esperança no sorriso de uma criança. São os opostos se completando e gerando o equilíbrio necessário ao Universo.